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Agentes Racionais

Este capítulo introduz o conceito de agentes como entidades que percebem o ambiente e agem sobre ele. O foco está na construção de agentes racionais, aqueles que tomam decisões buscando maximizar o desempenho.


2.1 Agentes e Ambientes

🤖 O que é um Agente?

Um agente é qualquer coisa que pode perceber seu ambiente por meio de sensores e agir sobre ele por meio de atuadores.

“Um agente recebe percepções do ambiente por meio de sensores e atua no ambiente por meio de atuadores.”

Exemplos:

  • Humano: olhos (sensores), mãos/boca/pés (atuadores)
  • Robô: câmeras/sensores de temperatura (sensores), motores/braços (atuadores)
  • Software: leitura de arquivos (sensor), alteração em banco de dados (atuador)

🔁 Interação com o Ambiente

O agente se comporta com base na sequência de percepções que recebe.

Função do Agente:

agente: Perceptos* → Ações

Ou seja, uma função que mapeia o histórico de percepções para uma ação.


2.2 Racionalidade

✅ O que é um Agente Racional?

Um agente racional é aquele que faz a melhor ação possível com base no conhecimento disponível, percepções recebidas e os objetivos definidos.

“Um agente racional é aquele que faz a coisa certa — ou seja, que realiza a ação que causará o melhor resultado esperado com base nas percepções e no conhecimento disponível.”


❌ Racionalidade ≠ Perfeição

  • Perfeição: exige onisciência e infalibilidade (irrealista).
  • Racionalidade: depende do que o agente sabe, percebe, e pode fazer no momento.

“A racionalidade não é onisciência — não exige que o agente acerte sempre, apenas que faça o melhor dado o que sabe.”


⚠️ Fatores que afetam a racionalidade

  1. Medida de desempenho
  2. Conhecimento prévio do ambiente
  3. Ações possíveis
  4. Sequência de percepções recebidas

2.3 Medidas de Desempenho

  • Avaliam o sucesso do agente.
  • Devem ser definidas com cuidado.
  • Devem refletir o objetivo do sistema, e não o comportamento interno do agente.

Exemplo ruim: avaliar um aspirador por quão sujo estava antes vs. depois (pode trapacear).

Exemplo ideal: avaliar o nível de limpeza médio ao longo do tempo.


2.4 Ambientes de Tarefa (PEAS)

🔹 PEAS = Performance, Environment, Actuators, Sensors

Modelo usado para especificar completamente o ambiente de tarefa.

Elemento Descrição
P Performance measure – medida de sucesso
E Environment – ambiente em que opera
A Actuators – como age sobre o ambiente
S Sensors – como percebe o ambiente

Exemplo: Robô aspirador

PEAS Exemplo
Performance Quantidade de sujeira removida, ruído, tempo
Environment Piso, paredes, sujeira, obstáculos
Actuators Motores, escovas, aspirador
Sensors Sensores de sujeira, visão, proximidade

2.5 Tipos de Ambientes

Ambientes podem ser classificados segundo várias dimensões:

Característica Explicação
Totalmente observável vs. Parcialmente observável Se os sensores captam o estado completo do ambiente.
Determinístico vs. Estocástico Se a próxima situação é completamente determinada pela atual e pelas ações.
Episódico vs. Sequencial Se a experiência do agente se divide em episódios independentes ou não.
Estático vs. Dinâmico Se o ambiente muda enquanto o agente pensa.
Discreto vs. Contínuo Quantidade de percepções e ações possíveis.
Ambiente de um agente vs. Multiagente Se há mais de um agente operando no mesmo ambiente.

Exemplos:

  • Jogo de xadrez: totalmente observável, determinístico, sequencial, estático, discreto, multiagente.
  • Robô de entrega: parcialmente observável, estocástico, sequencial, dinâmico, contínuo, multiagente.

2.6 Estrutura dos Agentes

Agentes são compostos por dois elementos principais:

  1. Função do agente: mapeamento de perceptos para ações.
  2. Programa do agente: implementação dessa função.

“O programa do agente executa no hardware do agente — sua arquitetura.”


Tipos de Agentes

1. Agentes baseados em regras simples

  • Se uma percepção → então uma ação.
  • Fácil de entender, mas limitado para ambientes complexos.

2. Agentes com estado interno

  • Mantêm um modelo interno do mundo com base no histórico.
  • Útil em ambientes parcialmente observáveis.

3. Agentes com metas

  • Usam objetivos para decidir quais ações tomar.
  • Raciocinam sobre consequências.

4. Agentes baseados em utilidade

  • Vão além das metas: avaliam a utilidade de diferentes estados.
  • Permitem decisões melhores quando há múltiplas soluções.

Aprendizado em Agentes

Agentes inteligentes podem aprender com a experiência:

  • Otimizar decisões
  • Corrigir erros
  • Adaptar-se a novos ambientes

“Agentes aprendizes podem melhorar sua performance ao longo do tempo.”


✅ Conclusão

  • Um agente é qualquer sistema que percebe e age.
  • A racionalidade é definida pelo melhor resultado esperado, e não por perfeição.
  • A especificação PEAS ajuda a definir claramente o ambiente de tarefa.
  • Ambientes variam em muitos aspectos que afetam o design do agente.
  • Diferentes arquiteturas de agentes (regras, estado, metas, utilidade) se aplicam a diferentes cenários.
  • Aprendizado é fundamental para agentes adaptativos e eficazes.